Uma comédia surpreendente de uma história que pode já ser conhecida, mas que precisa ser vista sob a ótica de Seth MacFarlane
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John Bennet (Mark Walhberg) não era uma das crianças mais populares e não tinha amigos, e, assim, durante uma noite de Natal, pediu que o seu urso de pelúcia criasse vida e se tornasse seu melhor amigo durante toda a vida. O pedido de John, atendido, faz Ted (dublado por Seth MacFarlane) passar a ser o amigo que John nunca tivera. Porém, o tempo foi passando, os amigos “cresceram”, e, agora adultos, percebem que a amizade de um garoto por seu brinquedo não combina com estilo de vida de um John que deveria maduro e que, para que isso mude, terão que abdicar de algumas coisas para que a amizade possa continuar.
Não caberia aqui o tanto de referências que o diretor e roteirista Seth MacFarlane é capaz de fazer em apenas 30 minutos de filme. Seth é uma das pessoas mais inteligentes e versáteis da televisão norte-americana. Criador de três seriados de sucesso – e em 2013 está contratado para trazer de volta uma nova versão de Os Flintstones – ele obteve admiração unânime pelo público e por parte da crítica por sua animação Uma Família da Pesada (Family Guy), que em outubro irá para sua décima primeira temporada mantendo sempre uma ótima audiência. Family Guy é tudo de mais crítico, obsceno, engraçado, aleatório e arriscado que Os Simpsons tenta, ainda hoje, ser. Mas o que falta à família dos Simpsons, não é poupado na família dos Griffins – que é o de discutir e mostrar opiniões bastantes controvérsias sobre os mais variados assuntos do âmbito da família e eda sociedade – incluindo a eutanásia e o aborto -, tudo graças ao inusitado Seth.
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Seth MacFarlane e seus mais conhecidos personagens, criados e dublados por ele.
É necessário que se introduza quem é Seth MzcFarlane, pois o filme é ainda mais engraçado do que se esperava e algumas piadas mais bem fundamentadas e compreensíveis quando já se acompanha o seu trabalho. Por exemplo, saberá que em Family Guy ele gosta de sempre de bater na tecla que o ator Ryan Reyonlds é homossexual, e quando se vê que o próprio ator aceitou fazer um personagem gay no filme, a piada se torna mais “contextualizada”. Além da excelente trilha sonora e de um incrível elenco de apoio vindo, também, direto da televisão – com destaque para Joel McHale da perspicaz série de tv Community -, o filme se mantém implacável até o final com o habilidoso trabalho de dublagem de Seth, que dá entonação ao urso Ted em uma voz quase semelhante ao personagem Peter Griffin, de Family Guy – e que também é motivo de piada para Seth em Ted.
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Ainda fazendo referências à séries de televisão, Ted, a partir de determinado momento de sua trama, seguirá os moldes do seriado australiano Wilfred (que recentemente ganhou uma versão americana protagonizada por Elijah Wood), onde um jovem tenta progredir profissional e amorosamente em sua vida, mas um cachorro chamado Wilfred (que só ele enxerga como um bizarro homem vestido de cachorro) que não quer deixá-lo amadurecer e só consegue traze-lhe problemas – como convencê-lo a fumar maconha no porão de casa. Então ele terá de fazer uma escolha entre a vida ou o cachorro – aqui no caso, o urso Ted.
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A série de televisão “Wilfred” e o filme “Ted” têm conflitos semelhantes.
Ted, como já vi sendo dito em vários outras análises, é uma ótima fábula moderna e contemporânea. As incansáveis referências ao cinema e aà música dos anos 80, as cenas de perseguição com humor e as brigas entre personagens em lugares pequenos são apenas alguns dos elementos em que Seth MacFarlane domina com maestria e, assim, consegue deixar Ted com um frescor surpreendente.
O cinema agradece a presença de Seth em seus estúdios e torce para que ele não deixe seu humor afiado restrito apenas à televisão, haja vista que o cinema ainda consegue um alcance maior em função do público internacional.
Ficha técnica
TED (Ted, EUA, 2012), Comédia, de Seth MacFarlane. Com Mark Wahlberg, Mila Kunis, Seth McFarlane e Sam Jones. Paramount. 109 minutos. 16 anos.
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